Uma dessas dívidas são os casos de corrupção do País. O brasileiro não sabe, mas o tanto de imposto que ele paga devido aos atos de corrupção não se encontra em nenhum livro didático. A propósito, as novas revelações dos empresários pertencentes ao grupo ODEBRECHT não me deixam mentir. Parece que o senso de realidade ou de falta dela não se limita aos homens públicos de Brasília. Isso sem falar que os presídios não vão comportar/suportar os mais de 200 políticos citados nestas delações.
Outra dívida que ainda não pagamos mas que será cobrada é a reforma da previdência. As discussões do Congresso estão a todo o vapor e do jeito que está o rolo opressor do Presidente Temer aprovará a tal reforma. O lado ruim dessa história é que todo o trabalhador, sem exceção, irá ser punido com essas medidas. Além de arrocho salarial, anos a mais para chegar em uma aposentadoria integral e as taxações exorbitantes dos inativos inflacionarão cada vez mais ao INSS. Sem falar ainda da idade de 65 anos para homens e mulheres. Um escárnio esse tipo de propositura.
A dívida esportiva também não pode ser esquecida. Neste mês de março, a seleção brasileira jogará duas partidas decisivas para o seu futuro das eliminatórias. Uma contra o Uruguai e outra com o Paraguai.Imaginar que a 1 ano atrás quase, a seleção sofria com o técnico Dunga e o seu jeito de treinar a seleção. Não esquecendo ainda que estávamos na sexta posição e hoje, porém, estamos em primeiro lugar. Como o mundo do futebol dá um giro de 360 graus. Impressiona demais essa realidade.
A dívida econômica, infelizmente, será dificil sair dela. Isso porque a crise se extende a passos largos. É desemprego, é a presença de placas como “aluga-se”/”vende-se” em todos os lados, enfim, a situação tá feia mesmo. Tão feia que nem chegou o dia 10 e o meu salário está a “mingua” com tantos gastos a pagar. Estou pensando seriamente em ter algumas aulas de educação financeira, pois do jeito que a coisa anda ficarei no vermelho por algum tempo.
E a dívida moral? Bem, esse tipo levará algumas décadas para o brasileiro pagar. Isso porque após a lava-jato há várias tentativas de encerrar as suas investigações. Enquanto isso, os escândalos se avolumam de um modo desenfreado. Caso alguma coisa não seja mudada o brasileiro continuaŕá a perder o seu orgulho próprio. Ora, se este fala mal dos políticos e de si próprio imagina com baixa auto estima o quanto de critícas pesadas o brasileiro irá fazer em seu cotidiano.
Agora, uma pergunta eu faço que não quer calar: com todos esses tipos de dívidas o brasileiro tem algum motivo de estar feliz consigo mesmo e com o seu povo? Será que teremos paciência para quitar com estes endividamentos? E ainda, quando será o dia em que o brasileiro não irá passar a noite em claro pensando em qual pagamento fazer ou selecionar aquele prioritário em mente? São peguntas que eu não tenho responde-las enquanto sentenças definitivas. Sei apenas que estamos vivendo e é isso que basta para o momento atual.
E você, qual dívida ainda tem a pagar neste início de ano? Com a palavra, os leitores deste e dos futuros artigos.
JOSÉ ALDO CAMURÇA.
Doutorando em Filosofia pela UFC. Professor Substituto da UECE. Professor Efetivo da Rede Estadual de Ensino do Ceará.
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